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Vive-se,
no mundo contemporâneo, uma contínua atmosfera de tensão, de
“morte” dos valores, de ausência de sentido, de “bancarrota”
dos Grandes Ideais – Deus, Bem, Justiça e Verdade. Autores,
livros, obras clássicas, propostas filosóficas apontam para a
crise, a dissolução do sentido, o niilismo, o fim dos grandes
valores da Modernidade que afetam o Ser Humano contemporâneo e suas
Instituições.
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A
ausência de bases firmes que garantam uma ação ética livre e uma
consciência moral clara geram a insegurança. Sucede que a falta de
sentido “ronda”, se é que já não destruiu o que resta de
possibilidade para a fundamentação da moral e da ética. Isto
indica que as instituições positivas, como os tribunais, não
garantem de fato a justiça. O tradicional modelo familiar, como é
conhecido, não assegura a
priori a
felicidade das pessoas. As instituições religiosas não
proporcionam mais a confiança metafísica da escolha certa do Bem
em negação do mal previamente determinado. Mesmo os paradigmas
científicos padecem pela ausência de um princípio seguro e de uma
“tábua” de valores sólidos e estabelecidos.
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Fenômeno
semelhante acontece com os códigos de direito e a ação política
que não asseguram a liberdade e a igualdade – valores supremos da
modernidade, o que resulta na dissonância entre a existência
concreta das pessoas e as páginas dos códigos de ética aplicada,
de direito e de moral.
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Decorre
que a ética e a moral estão também inseridas no contexto de vazio
apontado acima. Para averiguar basta analisar os valores como a
liberdade, a justiça, a veracidade, a felicidade e a bondade e
constatar que estes estão profundamente abalados. Isso tem uma razão
clara: as referências tradicionais que os sustentavam em outros
tempos, hoje não os sustentam mais. Os sistemas filosóficos que
outrora justificavam e fundamentavam o agir e a avaliação moral,
ruíram...