O texto da professora Eneida Shiroma,
cujo título é Os arautos da reforma e a
consolidação do consenso: anos de 1990 estabelece uma reflexão sobre os
modelos políticos dos anos 90. Trata-se de uma visão sobre o neoliberalismo e
as suas conseqüências para a educação contemporânea. Nesta linha destaca-se o
Mercado como regulador das relações econômicas entre os paises. Mercado este
que terá a primazia na seleção de pessoas. Ou seja, os melhores preparados são
o que se dão bem no neoliberalismo. Ora, é deste modo de pensar que surge a
ideia de que a educação é o único meio de construir um país desenvolvido, já que
seus cidadãos teriam condições de decodificar os códigos da modernidade.
Com
o intuito de dar condições de possibilidade a todos os cidadãos de terem acesso
a educação é que nos anos 90 foram promovidas várias conferências sobre
educação de proporções mundiais. Destas conferências brotam metas educacionais
que foram imputadas a todas as nações consideradas em desenvolvimento. Tudo isso é claro repercutiu no sistema
educacional brasileiro – um país emergente. Deste modo todas as fichas foram
apostadas na educação. Até mesmo os orçamentos nacionais foram amarrados a fim
de garantirem um mínimo necessário de investimentos em educação.
Das
recomendações que brotaram dos organismos internacionais surgiram inúmeras
medidas no Brasil com o intuito de implantar uma reforma substancial no sistema
educacional. Enfim, o que se buscou foi um consenso público-privado em torno da
questão educacional. O fio condutor destas medidas foi sempre o mercado de
trabalho e inserção dos educandos neste. Nisto criou-se uma expectativa de que
o acesso a todos a educação básica garantiria a inserção dos trabalhadores no
mercado de trabalho. Porém, alguns mais realistas não cultivaram esta
esperança.
A
verdade é que nada foi esgotado em torno da questão educacional. Muitas
discussões ainda estão sem um rumo definido. O Estado, mesmo que mínimo, ainda
precisa ser mais incisivo nas suas propostas. Evidente que não pode deixar de
ouvir e de discutir com a sociedade civil organizada. E mais, sem o
comprometimento dos educadores reforma nenhuma é implantada de maneira
eficiente. É claro que este comprometimento passa por planos de carreiras;
melhores salários; investimentos na formação dos professores. Portanto, há um
consenso. Contudo precisa ser efetivado na empiria dos educandos.